O messenger
É bom sim senhor... O tempo passa sem darmos por isso. Falamos com amigos com quem estivémos há menos de uma hora. Combinamos saídas: locais, hora e pessoas. Flirtamos com pessoas virtuais e pouco palpáveis. Fazemos sexo. Contamos inconfidências. E inclusivamente se encontrarmos um amigo em comum de um outro com quem falamos constantemente pelo messenger, mas que nunca vemos em carne e osso, dizemos ao outro que com o tal amigo está tudo bem, ele tem estado óptimo. Mesmo que só apareça o bonequito verde. E apenas se troquem algumas palavras, um bom dia ou boa tarde chega. É suficiente para saber que o tipo está bem. Está verdinho e tudo, o que se quer mais? Se tem estado vermelho durante muito tempo é que já é mau sinal... Muito mau sinal. E ausente também: «Epá. O tipo tem estado verde mas ausente»... Enfim.
Para que é que eu utilizo o messenger. Hum... A resposta sincera ou a politicamente correcta? A politicamente correcta: apenas para combinar saídas, ou então para tirar dúvidas juridicas aos meus colegas, mesmo no trabalho, e online, em directo, satisfaço as aludidas dúvidas (inclusivamente as existenciais, que aparecem sem agravo nem apelo, e sem qualquer aviso prévio - esta última parte tem algo mais de sincero).
A sincera: sem contar com a acima indicada, utilizo o messenger para me sentir menos só quando estou a trabalhar - afinal de contas estão outros tantos pacóvios a trabalhar. E a maioria está verde, o que é bom sinal. Sim, se eu estou vermelha é porque foste bloqueado. Para matar os tempos mortos quando não me apetece trabalhar (o que me acontece por diversas vezes). Para falar com amigos que apesar de outrora fisicos tornaram-se virtuais.
Tenho dito.